The Adventures of a Trailing Spouse

Monday, July 30, 2007

China, o pais central

Sergio quis muito ir a China neste ano ja que 2008 eh o ano das Olimpiadas de Beijing e tudo fica complicado, mais cheio e mais caro. Como ele nao pode tirar ferias a partir de julho porque esta cheio de trabalho, resolvemos conhecer esse pais antes da ida ao Brasil.

Eu fui esperando qualquer coisa. Quero dizer, o que esperar de um pais que ha poucos anos todos andavam de uniforme azul e bicicleta, que nos vemos fotos de bebes meninas deixadas pelas ruas e que tem uma economia que cresce alucinadamente e que esta engolindo o mundo ?

Antes de ir, fui procurar um livro que falasse um pouco da historia daquele pais pra me inspirar. O Sergio ja tinha lido a biografia do Mao, mas eu prefiro a histora de pessoas comuns, ficcao ou nao, com a Historia como pano de de fundo. Encontrei a biografia de uma chinesa chamada Adeline Yen Mah :“Falling Leaves”. A autora escolheu esse nome a partir de um proverbio chines que diz que as folhas caem das arvores porque buscam a terra para completar seu ciclo de vida. Ela conta a historia da familia dela, da tia que foi a primeira da familia a fazer greve e nao quebrar os dedos e enfaixar os pes como era o costume da epoca. E o seu sofrimento por ser a quinta filha e mulher, a mae que morreu no parto dela, a madrasta que tratou ela mal, etc e ao mesmo tempo a vida deles na China : primeiro numa cidade pequena, a Guerra do Opio, depois a mudanca para Xanghai quando a cidade era considerada a “Paris do Oriente” com seus bairros de concessoes francesa e inglesa que ate hoje conservam os predios daquele tempo, a II Guerra mundial e a invasao japonesa. Depois os tempos do Mao, a imigracao pra Hong Kong pra fugir do comunismo e do confisco do dinheiro, como ficou a parte da familia que optou por ficar na China, e ate a visita dela a China assim que o Mao abriu o pais para visitacao, a partir de 89.
Por coincidencia, ao chegar ao Brasil, li numa revista que esse livro acabou de ser traduzido pra Portugues. Acho que faz parte da atual curiosidade sobre autores e historias do Oriente. Eu achei a parte da historia da familia dela meio dramatica demais, mas foi muito interessante ler esse livro antes de ir conhecer a China. E ela fala e descreve bem Hong Kong que nos ja conhecemos e eu sabia o que ela estava falando.

Uma explicacao : bebes meninas nunca foram apreciadas na China, mesmo antes do Mao e do controle de natalidade. Sempre houve muito preconceito contra as mulheres. Dentro da China , ha varios povos e os grupos minoritarios parece que sempre puderam ter mais de um filho. Era uma maneira de manter o equilibrio.

Viajamos por 10 dias e conhecemos 3 cidades e ficamos bastante impressionados com o que vimos. Eh verdade que nao vimos tudo e sabemos que a maior parte do pais continua na miseria, mas o incrivel eh o que eles fizeram nos ultimo anos. Eu esperava tudo sujo (os chineses tem fama de sujos, quero dizer nao sujos com habitos pessoais, mas porquinhos e cuspidores), mas fiquei buscando sujeira largada na rua desde o primeiro dia e quase nao encontrei. Tudo bem, me disseram que eu vi areas turisticas, mas Leblon e Ipanema tambem sao turisticas e andam mais sujas que Beijing (uma pena). Vimos cuspidores sim, ate poucos. Alias, o Sergio viu um sendo multado no aeroporto de Xian. Porque ja ha algum tempo cuspir da multa. Mas aqui tambem tem gente cuspindo na rua, quero dizer, eh uma questao de educacao. Eles la tambem vem de miseria, opressao e carencia de educacao.

Vimos muitas construcoes, o asfalto das ruas e estradas eh perfeito, os aeroportos tem um movimento louco, vi incontaveis linhas aereas chinesas, um Starbucks em cada esquina em todas as cidades, inclusive Xian que eh uma cidade de 7 milhoes de habitantes. E as lojas ? O que voces imaginarem, eles tem. Todas as grifes mais famosas e caras. Os asiaticos adoram o luxo os chineses nao poderiam ser diferentes. Mas andando pela rua, vemos que a mulher chinesa em geral ainda eh muito confusa para se vestir, usa muita mistura e eh claro, muita coisa falsificada.

Comprar nos mercados chineses ou nos camelos eh uma arte e um exercicio a paciencia. Eles te dizem o preco (alto), voce oferece 10 % e ai comeca a discussao. Se voce desiste (ou finge desistir), eles agarram seu braco e insistem oferecendo valor mais baixo que dizem sempre ser o “last price”. Assim compramos conjunto de cha, camisetas e bones das Olimpiadas, etc. Quanto aos falsificados, em Beijing e Xanghai ha mais controle principalmente se tratando de algumas marcas, mas a toda hora, em qualquer lugar, alguem discretamente te oferece um “Rolex”, uma bolsa “Gucci”, etc que estao escondidas em algum lugar. Outras marcas como Chloe, Jimmy Choo, YSL, etc nos vemos as bolsas nas lojas. Confesso que ate da uma vontadezinha porque elas sao tao parecidas com as originais, ou seja, as vezes bem bonitas… Mas resisti bravamente porque eh contra meus principios andar com logo falsificado. Dizem que envolvem trabalho escravo e infantil, que servem de lavagem de dinheiro pra financiar terrorismo, etc. Mas fora isso, eh coisa pessoal mesmo, nao gosto da ideia de andar com um logo falso por ai.

Nos impressionou como os chineses se comunicam muito melhor em Ingles que os japoneses, por exemplo. Exceto os motoristas de taxi, nao tivemos problema pra pedir informacao, pra sermos atendidos em lojas ou restaurantes, o que nao aconteceu no Japao. Vimos livrarias cheias de livros para o ensino de Ingles em todos os niveis. E as pessoas realmente interessadas.

Vimos muitas placas com Ingles escrito bem engracado (ha fotos no blog), mas lemos que o governo esta tratando de consertar antes das Olimpiadas no ano que vem.

Nesta viagem, como nos so tinhamos 9 dias e queriamos visitar 3 cidades, resolvemos que era melhor a gente fazer uma coisa que em geral detestamos : pegar guias de turismo. Nao sabiamos como ia ser a questao da comunicacao e o principal, nao podiamos perder tempo, eles sempre tem dicas boas. Mas tambem adoram nos levar pra arapucas tipo lojinhas de coisas horrorosas, fabricas que tem produtos carissimos que aparecem na nossa frente assim sem querer. Na agencia de Cingapura, fizemos questao de avisar que nao queriamos esse tipo de tour e elas respeitaram razoavelmente.

Todas as cidades estavam lotadas de turistas principalmente de europeus. O Sergio e o Gabriel fizeram um esforco para se comunicar um pouco em Mandarim e eu aprendi as frases basicas e importantes a sobrevivencia no local :

Ni Hau - Oi, tudo bem ?
Dio Chautien ? - Quanto custa ?
Taigueila - Ta caro
Buiau - Nao quero
Xie xie - obrigada

Foi uma experiencia bem interessante. Espero que gostem de ver as fotos e ler um pouquinho sobre a China.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home